Um carta aberta sobre o fim

leia ouvindo

Nunca pensei que escreveria sobre um fim tão real. Sempre inventei histórias, ou transferi histórias sobre outros casais para o papel, falando sobre situações do lado de fora. E estar dentro de um relacionamento que chegou ao fim dói demais. Há 2 semanas eu te disse que queria ficar, mas eu estava fazendo um esforço enorme pra ficar, porque você estava ali, e eu não queria te perder. Mas na real, eu só queria ter uma certeza, que era você. 

Vendo um vídeo e lendo os comentários vi uma frase: "Quando sofremos para tomar uma decisão, é porque na verdade já a tomamos" E eu estou há alguns meses pensando sobre nosso fim, ou o nosso até logo. Sempre adiei o fim, porque não queria que a gente se afastasse, e eu não queria perder o cara incrível que você era pra talvez ir em busca do desconhecido. 

Mas eu não queria buscar outro amor, eu precisava ir de encontro a mim mesma. Lembra quando te disse que queria me ver sem você, como seria o meu Eu sem ti? Eu não me lembro da minha companhia, eu não lembro do que eu gosto ou do que quero. Eu me perdi de mim e preciso me achar. 

Sempre achei uma desculpa esfarrapada a pessoa que terminava mesmo amando alguém, pois se ama, porquê terminar. Mas eu não entendia que talvez o amor não era mais suficiente. Por mais difícil que seja de aceitar, o término é um ato de amor, e ouso a dizer que seja o maior deles. Nós somos seres egoístas, e abrir mão de alguém dói na alma, sangra o peito e rasga o coração em mil pedaços. 

Eu não estou pronta para dizer até logo, mas terei que aprender no caminho. Me agarro na esperança de um dia nos esbarrarmos de novo em um sinal qualquer da cidade, como naqueles filmes clichês de Sessão da Tarde. Me agarro na possibilidade de um dia nos acharmos de novo. É um caminho sem mapa, sem roteiro e sem paradas. Você só vai. 

Dói. Estou sangrando enquanto escrevo esta carta. 

Ouvi a seguinte frase em uma novela: "Precisamos nascer. Não há nascimento sem dor. Estamos nascendo". E me veio o estalo "Eu estou nascendo", e para isso preciso seguir mesmo que doa. 

Não posso esperar uma palavra mal dita, uma briga ou o cansaço vindo da luta contra o fim, para dizer que acabou. "Foi bom enquanto durou e durou  enquanto estava sendo bom", foi o Projota que mandou essa, e pela primeira vez eu compreendo. 

Eu te amo tanto meu pequeno gafanhoto.

Eu me escondi atrás de desculpas, de medos, de receios, eu me escondi de mim para viver um sonho encantado com você, mas só a gente sabe quando encostamos a cabeça no travesseiro o que nossa alma grita, e a boca teme em dizer: Acabou. 

Hoje eu ouso a dizer: Até logo, meu pequeno gafanhoto, espero voltar em breve e encontrá-lo  bem. Te amo. 

0 comentários:

Postar um comentário